positividade-tóxica

É bem provavel que você já tenha vivido uma situação de positividade tóxica e nem tenha se dado conta… “Ah! Veja pelo lado positivo…”. “Mas pelo menos você está vivo!”. “Você tem que ver a vida pelo copo meio cheio, e não meio vazio!” . Quem nunca ouviu uma frase dessas quando contava uma situação ruim da sua vida? Somos condicionados a ver o melhor da vida, extrair de uma situação ruim algo positivo! Mas até que ponto isso é bom?

Psicologia e positividade

Antes de tudo vamos entender de onde vem essa onda de positividade. Na década de 1990 surgiu na psicologia o conceito de psicologia positiva, criado por Martin Seligman que propõe focarmos nas nossas qualidades e nos melhores aspectos da nossa vida, mas, sem ignorar nossos traumas e emoções.

Contudo, é necessario ver que, Seligman não propunha o otimismo a qualquer preço, e sim trabalhar nossas emoções negativas através do fortalecimento da autoestima, auto confiança exaltando nossas qualidades, priorizando o bem-estar e a satisfação pessoal. Essa é a essencia da psicologia positiva.

Porém, ao longo dos anos, esse conceito de psicologia positiva foi distorcido e a positividade transformou-se numa pressão para aparentarmos estar sempre bem independente do que estivermos passando.

Positividade Tóxica

Esse conceito de psicologia positiva distorcido gerou o excesso de positividade, e consequentemente a positividade tóxica que basicamente é impor uma atitude positiva e otimista irreal seja qual for a situação, anulando as emoções negativas.

Ter que nos apresentar sempre felizes e positivos, minimizando nossos medos e angustias é exaustivo e frustrante, pois utilizamos da positividade para esconder nossos erros e imperfeições.

Sem contar que esse otimismo diante de qualquer adversidade é alienante! Ver sempre pessoas positivas nos faz acreditar que o problema está em mim, na minha falta de vontade, fé ou esperança, quando muitas vezes o problema é coletivo, social ou político.

Positividade Tóxica e Redes Sociais

Nesse ponto você já deve estar percebendo o que contribui para o aumento da positividade tóxica, né? Sim! As redes sociais! Frequentemente vemos as hashtags: #gratidão, #positividade, #goodvibesonly! É tanta positividade na internet que ficamos constrangidos de sermos negativos, ter pensamentos destoantes com essa onda “good vibes”. E como não deixar que as redes sociais afetem sua saúde mental?

1 – Você não é todo mundo

Primeiramente, precisamos entender que cada um de nós somos únicos, temos nossa própria história e individualidades. Nesse sentido, não sentimos a mesma emoção que o outro porque vivemos outra realidade familiar, social e emocional. Esse positivismo tóxico afeta nossa saúde mental.

2 – Não se compare com famosos

Quem nunca quis ter a vida do famoso que vemos no Instagram? O que esquecemos é que esses perfis são profissionais! A vida que eles mostram são altamente editáveis para ser publicitável. Com certeza o famoso também tem seus medos, angustias e decepções, mas isso não é publicado uma vez que o famoso precisa preservar uma imagem! Assim, o que vai para redes sociais são apenas as emoções e experiências positivas! O que faz distorcer o conceito de psicologia positiva.

3 – Busque um equilíbrio emocional

É importante ressaltar que positividade é um estado emocional, e impor isso a alguém que vive numa realidade diferente da sua é cruel. Não ignore seus sentimentos negativos!

Dessa maneira, somos seres humanos plurais e temos todas as emoções positivas e negativas e devemos buscar o equilíbrio delas! Portanto, devemos buscar ser realistas com o presente e otimistas com o futuro!

Por fim, como conseguir isso? Acima de tudo, com autoconhecimento, autoconfiança e autoestima! Enfim, se necessário, não hesite em procurar ajuda profissional para alcançar esse equilíbrio emocional e manter sua saúde mental!

Referências
BLASCO, Lucía. O surpreendente efeito da positividade tóxica na saúde mental [online]. BBC News Mundo, 14 dezembro 2020 [acesso em 28 de abril de 2021]. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-55278174
SANTOS, Tamiris. Positividade tóxica: ‘os extremos não são saudáveis’ [online]. Folha de Londrina [acesso em acesso em 28 de abril de 2021]. Disponível em: https://www.folhadelondrina.com.br/folha-2/positividade-toxica-os-extremos-nao-sao-saudaveis-2980575e.html
CNN, São Paulo, 20 de março de 2021 [acesso em acesso em 28 de abril de 2021]. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2021/03/20/diferenca-entre-otimismo-e-positividade-toxica
GOODMAN, Whitney. Positividade Tóxica. NASCENTE, 2022.

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