Alcoolismo: sintomas, impacto psicológico e tratamento

alcoolismo

Você está na dúvida se está se tornando um alcoólica/alcoolista? Sabe identificar os sintomas do alcoolismo? Por ser uma droga lícita que faz parte do nosso convívio social e familiar, somos expostos ao álcool desde muito novo. É comum já na infância conhecermos e convivermos com pessoas que consomem bebidas alcoólicas. Temos publicidades voltadas para bebidas alcoólicas e, muitas vezes, relacionadas a futebol, praias, verões e diversão. Nesse contexto, crescemos normalizando o consumo de álcool e o relacionando a um facilitador social e não à uma droga.

Muitos tiveram suas primeiras experiências com bebidas já na adolescência e no inicio da vida adulta. O primeiro porre, a primeira ressaca, fazem parte da experiência de quem já exagerou no consumo, mas quando isso se torna frequente, temos o indicativo que alguma coisa está errada. Então a pergunta é: você sabe como identificar um alcoolista? Sabe ver se está se tornando um alcoólatra? Entende quais são os sintomas do alcoolismo?

É difícil traçar um perfil de alcoolista – se beber tantas vezes na semana já é considerado alcoólatra, ou pessoas que ingerem tal quantidade de álcool- porque cada um tem uma resistência e uma tolerância ao consumo de álcool. Porém há certos padrões dos alcoolistas que se repetem e merecem atenção:

Sintomas e alguns exemplos que indicam o vício em álcool (alcoolismo)

1. Cada dia consome ainda mais álcool e com maior frequência

Sabe quando tudo torna-se motivo para beber? Se vou mal em uma prova, tomo uma para espairecer, se brigo com algum familiar, abro uma garrafa para esquecer, se tem uma festa, encho a cara para aproveitar ao máximo o momento, dia de jogo do meu time de coração é motivo para tomar uma! E quando você percebe bebeu todos os dias da semana e muitas vezes exagerando em todos eles!

2. Irritabilidade

Quando está sóbrio você se percebe irritado e sem paciência com qualquer coisa? Um simples latido do cachorro ou uma lentidão do computador já é suficiente para alterar seu humor e te deixar fora de si?

3. Agressividade

Se irrita com pessoas próximas ao ser criticado pelo seu comportamento perante a bebida? Age de maneira ríspida e impulsiva se alguém discorda da sua opinião?

4. Não consegue lidar com situações do dia a dia

Ta de saco cheio para realizar atividades domesticas (lavar louça, fazer supermercado), não consegue se organizar para ir a compromissos sociais, fazer atividade física?

5. Não consegue assumir/administrar responsabilidades

Você percebe que no trabalho não consegue atender todas as demandas, não se organiza e deixa sempre para amanhã aquele compromisso que poderia facilmente ter resolvido?

Se você se identificou com as questões acima, atenção! O consumo excessivo de álcool está muito relacionado à uma válvula de escape para não lidar com os sentimentos e emoções. Pessoas que estão lidando com uma situação difícil (luto por alguém próximo, desemprego, termino de relacionamento) e não sabem absorver os sentimentos gerados e usam o álcool para fugir deles.

Então se você esta lidando com alguma situação desconfortável e aumentou excessivamente o consumo de bebida alcoólica, procure ajuda e tratamento. Lembre-se, você não precisa esperar a fase crônica da doença para procurar ajuda!

Abordagem da psicologia em relação ao alcoolismo

Antes de tudo, todos nós sabemos que o alcoolista ou alcoólatra é a pessoa que é dependente do álcool. É sabido também que o alcoolismo é uma doença cerebral crônica, progressiva que leva à compulsão por álcool. Essa é uma definição médica. Mas e a psicologia? O que tem a dizer?

Contudo, a perspectiva da psicologia enquanto ciência social vai além da biomédica, ela aborda a realidade do dependente e tenta compreender os motivos que levam esse paciente ao vício.

Acima de tudo é importante conhecer e identificar o meio que o paciente está inserido para buscar a melhor forma de tratamento evitando assim, recaídas. Claro que o acompanhamento médico e farmacológico é fundamental, mas o que se observa é que, na maioria das vezes, tomar medicamentos e ir às consultas médicas não são suficientes para se manter abstinente.

Tratamento psicológico do alcoolismo

O tratamento que produz mais efeito é aquele em que o paciente não é o sujeito passivo (apenas toma medicamento e espera a cura), é fundamental colocar o alcoolista como sujeito ativo do seu próprio tratamento.  Mas, como fazer isso?

Antes de mais nada, é importante ressaltar que um alcoolista recuperado não é aquele que está abstinente a tanto tempo, e sim é o sujeito que melhorou sua qualidade de vida (seja por estar mais saudável, sociável, profissionalmente ativo, se relacionando de maneira saudável).

Muitos alcoólatras apreendem nos serviços de saúde que são dependentes do álcool e assumem esse papel de doentes passivos. Num primeiro momento há um alivio muito grande, porém as questões morais dessa dependência permanecem no individuo. Reduzir o alcoolismo à uma patologia biológica e desconsiderar os aspectos psicossociais faz com que a cura se torne cada vez mais difícil. Afinal não podemos desconsiderar todo nosso contexto familiar, social, emocional e tratar apenas o biológico!

Uma vez compreendido isso vemos que a terapia se torna primordial no tratamento e devolve ao individuo sua autonomia como sujeito ativo. Através dela o alcoolista será capaz de identificar os motivos que o levaram ao uso abusivo e recorrente de álcool, será capaz de apreender a lidar com suas emoções e a partir daí retomar seus sonhos, idéias e perspectivas para o futuro. E, o mais importante, será capaz de traçar suas próprias estratégias e metas para se curar do alcoolismo.

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